Para pensar em coisas novas, basta ter uma boa dose de imaginação, certo? Errado. Um estudo divulgado pela Nature Scientifics Report, a atenção e o controle cognitivo são tão importantes quanto a fagulha imaginativa para o desenvolvimento da criatividade. Ou seja: aquele papo de usar só um dos lados do cérebro não existe.
Os pesquisadores Roger Beaty e Paul Silvia, ambos do Departamento de Psicologia da Universidade da Carolina do Norte, usaram a ressonância magnética para observar as interações neurais entre as duas regiões do cérebro em pacientes que tinham duas tarefas enquanto seus cérebros eram escaneados: encontrar funcionalidades normais e “criativas” para objetos do cotidiano, como tijolos. “Os resultados sugerem que o pensamento criativo envolve a habilidade de controle em cima da nossa imaginação”, diz Beaty.
Ou seja: a criatividade não acontece em apenas um lado do cérebro, mas sim por meio de uma cooperação entre os dois lados. “Por mais que a imaginação possa nos ajudar ao fornecer diferentes soluções para um problema, você precisa racionalizar e avaliar essas ideias, ver se elas realmente funcionam e objetivamente adaptá-las. Os resultados sugerem que a imaginação pode se beneficiar desses aspectos mais controlados, especialmente quando precisamos de ideias criativas que sejam tanto inovadoras quanto úteis”, complementa.
Outra pesquisa usou imagens neurais para comprovar que o esforço e o foco são tão importantes quanto a imaginação, o que sugere que a criatividade pode ser treinada. “Ao entendermos como o processo criativo funciona dentro do cérebro, podemos desenvolver maneiras de encorajá-lo”, diz Scott Barry Kaufman, diretor do Imagination Institute no Centro de Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia. Kaufman entende que a criatividade usa os dois caminhos cerebrais, o “natural” da imaginação e o “executivo” da atenção.
Para quem quiser saber mais, aqui tem o estudo completo (em inglês)