Escrever um livro é difícil. Você tem uma ideia, trabalha a ideia, formula, reformula, chega em um conceito mais concreto, decide escrever. Tira um tempinho e começa a digitar, e são dias e noites a fio se dedicando a aquilo. É uma tarefa que envolve inspiração, transpiração, trabalho, retrabalho, edição e muita paciência até que você finalmente termina de digitar aquele último parágrafo. E para a sua alegria, uma editora resolveu apostar em você e publicar a sua obra.
Parabéns, agora só falta fazer um filho e plantar uma árvore. Não, calma lá. Falta também você ajudar a vender o livro que foi publicado, em um mundo onde se lê cada vez menos e livros concorrem não apenas com outros ‘de sua espécie”, mas também com smartphones, tablets, abas de navegador, Netflix e outras mil distrações cotidianas. E agora, como fazer para divulgar o livro que você mesmo escreveu?
Vi algumas boas práticas do escritor e jornalista Guilherme Solari, autor de “As crônicas do Cascavel”, que conta a história de Valter Torres, dono de uma vídeolocadora falida que decide lutar contra o crime em São Paulo depois de assistir a todos os filmes de ação dos anos 80. Adoraria escrever sobre o livro, mas não é honesto fazer uma sinopse quando você ainda não leu a obra (mas já encomendei!). O foco aqui é a divulgação e as formas criativas de se vender o peixe.
Trailer do livro
O “trailer do livro” é uma prática que ganha adeptos entre escritores e é uma grande alternativa para se capturar a atenção em tempos de YouTube. De grandes autores com fôlego para divulgação, como PJ Pereira, a pequenos escritores com alguma facilidade com as câmeras (Solari também tem um canal no YouTube e faz resenhas literárias no Taverna Fim do Mundo, é uma ideia que tem tudo para funcionar (abaixo, o trailer de seu livro).
Capítulos online
A internet ajuda também em outra coisa: você pode deixar alguns capítulos online para ajudar a atiçar o leitor. O livro analisado ainda facilita isso por ser em formato de crônica, e o texto “Lá onde o busão não passa” capturou minha atenção depois de uma chamadinha no Facebook. Li o capítulo e fiquei interessado em comprar o livro.
“Conteúdo extra”
Outra forma de monetização de Solari foram os fascículos: cada crônica do Cascavel pode ser encontrada por R$ 5 em feiras geeks e eventos literários, uma alternativa ao alto valor de desembolso da versão completa (o livro custa R$ 53). Mas o mais importante é que parte deste conteúdo não foi publicado, ou seja, é extra-livro. Com isso, ele também pode fidelizar e agradar os consumidores que já adquiriram a obra (e resolve um problema chatíssimo de edição que é tirar alguma coisa que gostou).
Locais inusitados
Essa para mim é a mais engraçada. Solari fez um dos eventos de lançamento na academia (sim, de ginástica) que frequenta. Em meio a barras de supino e aparelhos de leg press. Um lugar absolutamente fora do comum para um lançamento de livro (ainda mais pelo tema), mas tal ação já o deixa falar que conta com “todo o apoio da academia” (lá do lado de casa).
Independentemente da forma que você encontre, o mais importante é tirar da prateleira aquele pedaço de papel com todo o seu esforço e inspiração. E você, conhece mais alguma boa forma de divulgação?