Tudo que você não precisa saber sobre o finalzinho, a raspa do tacho, a última casquinha do pudim do Festival.
NINGUÉM NOTOU
A coluna de ontem não saiu hoje e a de hoje está saindo ontem. É que a Copa zoou nossa programação aqui. A Copa, alguns rosés, uma madrugada e outras coisas. Então vai tudo junto aqui embaixo.
MUDOU
Um festival com mais house agencies ganhando ouro nas categorias principais. Com o primeiro GP para um braço de uma consultoria digital (Accenture Interactive da Irlanda, em Creative Data, assista aqui). Um festival com 20% menos inscrições e pelo menos 25% menos delegados.
Um festival que distribuiu menos ouros e menos leões. Cannes está refletindo e ao mesmo tempo apontando uma nova realidade do mercado. Tem muita coisa mudando e num ritmo muito mais rápido do que as empresas e as pessoas estão se adaptando.
PAPEL E CANETA
Só uma coisa não muda. Estamos em 2018 e a lista de prêmios ainda é entregue num papelito grampeado, tipo prova de escola, para enlouquecer os jornalistas que tem que ficar lendo e relendo aquilo, marcando com canetinha, fazendo conta, conferindo número. Uma beleza. Vocês, leitores aí no Brasil, tem é que tratar muito bem essa galera. O que eles fazem pelos publicitários não é pouco. E alguns de ressaca ainda.
EM TEMPO
O festival mais curto, em compensação, é infinitamente mais legal.
POUCO HUMOR, MUITA CAUSA
O humor esteve muito em baixa nas premiações e as causas, em alta. Pode ser sinal dos tempos políticos turvos que estamos vivendo, pode ser que o humor não esteja no radar dos briefings. Pode ser que a publicidade esteja ficando mais séria – até nas categorias de “Entretenimento”. Será que corre o risco de ficar mais chata?
PEGA O LENÇO
Mas, falando de causas, duas peças para entrar para a história:
The Talk, da BBDO NY para P&G, sobre racismo:
Project Revoice, da Dentsu Sydney para ALS Foundation:
INFLUÊNCIA
Várias palestras que antecederam a cerimônia de Social & Influencer, nova categoria do festival, desceram a marreta em influenciadores, falaram que vários são uma fraude e que agências contratam celebridades e dizem que estão ali fazendo o tal Influencer marketing. Exatamente o oposto do que premiaram os jurados.
RODO
A última noite do festival foi toda da BBDO. Foram a rede do ano. As agências de Londres e NY ficaram em 2o e 3o no ranking de agência do ano. E a Almap ainda subiu pra pegar ouro por Endless Stories para Getty Image.
COPA
Se tava ruim pra você que tava assistindo aí no Brasil com comentários do Casagrande, imagina a gente aqui que assistiu em francês e com comentários ao vivo do Accioly.
VUVUZELA TURBINADA
Nosso amigo Alexandre Level, da ProBrasil de BH levou pra lá umas garrafas de Catuaba que viravam vuvuzela. Accioly só parou de falar depois que tomou aquela vuvuzelada no tímpano e ficou surdo.
MEU BRASIL BRASILEIRO
Pelo que a gente ouviu de jornalistas que cobrem seriamente esse evento, bem diferente do que a gente faz no Cannes Social Club, esse ano foi o melhore resultado do Brasil em muito tempo. Africa, Grey, David, Y&R, Ogilvy, nenhuma dessas voltou para casa triste. Isso num ano de crise.
MEU BRASIL ESTRANGEIRO
Toda hora a gente via algum brasileiro no palco representando outro país. Já escangalhamos de falar aqui do Rafael Segri e do Kiko Matoso que fizeram It’s a Tide Ad (que ganhou entre outras coisas TItanium e GP de Film). Mas quase ninguém citou o projeto “To The Last Tree Standing”, da Ogilvy Polônia, também megapremiado por aqui e com brasileiro na ficha: Mateus Cerqueira, que na falta de uma bandeira, subiu no palco com uma…canga do Brasil.
Assista o case aqui:
NEYMARCIOLY
Paguei a bendita champanhe que estava devendo ao Accioly desde que o Botafogo foi campeão carioca. E como ele não sossega, a gente se despede com essa: Antonio Carlos Accioly prometeu: se o Brasil for campeão do mundo, vai trabalhar uma semana com uma peruca igual ao cabelo do Neymar.
OBRIGADO
Obrigado equipe toda do RECLAME que esteve aqui em Cannes e a galera da base no Brasil: Bruna Calmon, Toshio Yamasaki, Roger Garcia, Emerson “Sunga Branca Sem Forro” Souza, Bia Oioli, Thiago Souza, Thiago Schemberg, Felipe Botas, Marcinho Bertoloni, Camilla Biltoveni, Waldemar Ramos, Karan Novas e claro, o nosso Acciolesco!
Você que nos aturou essa semana, a gente te ama, de verdade.
Valeu por aguentar os pitacos desses missivista, as Accioladas do Accioly, e por entender que a intenção aqui é só bagunçar e trazer um sorriso pra esse momento competitivo e sério que é Cannes pra muita gente. Até 2019. Valeu demais: agência 11:21, Corazón Filmes, Escola Cuca, Lucha Libre Audio, Madre Mia Filmes, Pixel Produtora, Abap Brasil. O apoio espetacular da Lab3TV nas transmissões ao vivo e gravações, da EliteCam e a mega moral que a Accenture Interactive e a Hands deram ao Reclame. Ano que vem a gente volta.
Aquele agradecimento depois dos créditos, tipo filme da Marvel, vai para: Rita Durigan, Daliana Seidl, Luiz Salgado, a paciência da Valentina, minha querida Priscila Serra que me colocou nessa vida de colunista de Cannes muitos anos atrás e ao meu amigo Marcio Ehrlich que continuou incentivando essa insanidade depois.