A MULHER QUE É FEARLESS GIRL E REFUGEE NATION
Pela primeira vez desde que me entendo por correspondente do festival (e lá se vão 17 anos) de Cannes quebrou o protocolo e deixou um premiado falar ao receber um leão.
Não era um premiado qualquer. Mas também não era nenhum publicitário. Era Arta Dobroshi, atriz de “Kosovo: Home”, curta-metragem para as Nações Unidas que ganhou ouro em Entertainment com uma história sobre refugiados
Arta pediu a palavra. O filme é sobre a realidade dela. De frente para um auditório cheio de gente preocupada com publicidade, números, competição e prêmios, ela falou sobre a realidade de vários seres humanos.
“Passei a metade da vida refugiada, fugindo de guerras, me escondendo em diversos cantos do mundo. Aprendi que o mundo é a minha casa. Precisamos mudar nossa mentalidade e pensarmos como um só, ou nunca teremos paz. Todos aqui tem responsabilidade com isso. Eu nasci no Kosovo, mas moro numa pequena cidade chamada Planeta Terra.”
Algumas pessoas aplaudiram de pé. Outras continuaram nos seus celulares. Pra mim, o melhor momento da noite.
Conversei rapidamente com Arta no final da premiação. Perguntei o que aquilo significava pra ela (o filme já havia ganho prêmios importantes de cinema como o Bafta).
“Estou feliz, espero que mais gente veja o filme por isso e que mobilize as pessoas. Mas o leão tem um significado diferente. Meu pai se chama Lion. Vou olhar sempre pra esse prêmio e ver minha família.”
FALANDO EM REFUGEE E FEARLESS
Chegamos na 5a feira e agora é ladeira acima. Até o momento, Refugee Nation da Ogilvy NY (com trocentos brasileiros na ficha entre criativos e produtoras) lidera a corrida em número de leões, são 16, um pouco à frente de Fearless Girl, da McCann NY, que em contrapartida já soma 3 Grand Prix, e Meet Graham da BBDO Melbourne, que também tem 2 Grand Prix.
Começaram as especulações. Qual será a ideia mais premiada do ano? Quem dessas fica com o GP for Good e de Titanium e Integrated? Façam suas apostas, senhoras e senhores.
BRASIL FAZ HISTÓRIA: EM MADRI, MIAMI E LOS ANGELES
Dois fatos históricos no festival de Cannes essa semana. Ontem, saiu o GP de Entertainment para a MRM/McCann de Madri, liderada por Miguel Bemfica, com um conteúdo criado para o Banco Santander.
Com isso, a um fato inédito chegamos a quatro projetos liderados por criativos brasileiros no exterior que ganharam Grand Prix no mesmo ano. Além da MRM com Miguel, dois para a David Miami com Anselmo Ramos, um para a 180 LA, com Eduardo Marques e Rafael Rizuto.
Ontem, reuni todos eles pra uma mesa redonda divertidíssima (pra gente, pelo menos) que vai ao ar no Multishow nos próximos 15 dias. Fiquem ligados que os caras vão contar tudo sobre o começo da carreira até a mudança para o exterior naquele clima de galhofa que a sua família merece.
PÉ QUENTAÇO SOCIAL CLUB
Falando em Miguel Bemfica, eu gostaria de dizer que essa coluna é pé quente, mas tipo muito.
Vai vendo: o Miguel é fundador da Escola Cuca, patrocinador da nossa cobertura, ganhou GP.
A Lucha Libre Audio, ganhou ouro! E a Corazón filmes ganhou o primeiro Glass Lion da história do país. Ano que vem no pacote de patrocínio do Cannes Social Club também vamos oferecer leões de Titanium, Oscar e Grammys.
SÓ VEJO DESOCUPADOS
A galera continua enviando suas fotos lendo o Cannes Social Club e estamos muito felizes, principalmente o Accioly, que está muito carente desde que comecei a cumprimentar vários clones dele pela cidade confundindo com ele.
Mas eu já escolhi o Grand Prix de clone de Accioly do ano e vai para esse italiano que está sentado aqui do meu lado!
VOLTANDO ÀS AGENCIAS
A gente queria mandar um abração para todas elas!
Publiká7, de Rio das Ostras – RJ
E a galera da Punch, produtora de São Paulo que está também comemorando o Leão deles no mesmo clima que o Cannes Social Club: encharcando a caveira de champs e vinho!
FABIO SEIDL é colunista do Reclame em Cannes e pé quente de aluguel!