Em pleno 2015, ainda podem ser vistos inúmeros casos de manifestações e comentários racistas nas redes sociais. Esse tipo de discurso de ódio não é recente, mas o fácil acesso à internet e o pseudo-anonimato que as redes sociais oferecem acabam facilitando a produção de todo tipo de conteúdo, inclusive manifestações de intolerância e ódio que muitas vezes não são expressas pessoalmente.
E para mostrar que o que é declarado online também tem consequências fora das telas de um computador, a ONG Criola, que atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras, em parceria com a agência W3haus, criou uma ação para dar um pouco mais de destaque aos autores desses comentários preconceituosos. Fazendo uso da localização geográfica, a organização identificou a região nas quais esses comentários foram publicados e os transformou em algo material – no caso, outdoors.
De acordo com Jurema Werneck, fundadora da Criola, o objetivo da campanha é impactar a população e conscientizá-la sobre os efeitos de um comentário infeliz na internet. “Não é possível ignorar esses ataques e achar que não haverá consequências para os ofensores. Racismo é crime segundo a Constituição brasileira e, no caso dos insultos na internet, independentemente de terem sido direcionados a uma pessoa conhecida ou não, os agressores infringiram a lei e, pior, a honra e dignidade das mulheres negras. A campanha visa expor essas situações e fazer com que a sociedade se posicione contra esse retrocesso”, declarou.
No site oficial da ação, que foi inspirada pelos comentários racistas contra a apresentadora Maria Júlia Coutinho, os interessados podem inclusive “oferecer” um outdoor.