A fundação da cidade francesa de Glanum aconteceu por volta da primeira Idade do Ferro (por volta de 1200 a.C.). Hoje, ela é apenas um parque arqueológico, mas foi durante muito tempo uma cidade importante, pois era rota do império romano para a Espanha. Seu auge como cidade foi na época do imperador romano Augusto.
Ok, legal. E daí? Bom, para quem gosta de design, historia e procura entender o que influenciou e inspirou a sociedade atual em sua arquitetura, suas produções hoje em serie e todo um sistema organizacional, Glanum não é apenas “legal”, mas sim um local extremamente rico em explicações e reflexões. Passando por lá, descobri que muitas coisas que por vezes pensamos serem novas, que aparecem em peças de moda da última coleção ou na arquitetura de um apartamento luxuoso, são apenas adaptações de invenções que acompanham a humanidade há milhares de anos.
Bem na entrada da cidade você avista um Arco do Triunfo – claro que bem menor que o de Napoleão na Champs Élysées, mas que explica o porque de sua construção dois mil anos depois. Esse foi o primeiro construído na França e representa a importância desta cidade no império Romano, sendo que suas formas influenciam até hoje, replicadas em fachadas por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre tantas outras. Há também pedras que marcavam o espaço, a distancia de Roma (capital do Império) para as cidades, em padrões semelhantes às usadas até hoje nas estradas de todo o mundo.
Outra coisa que me chamou muita atenção é o mausoléu da cidade, no qual é possível ver claras referências de uma arquitetura neo clássica, muito utilizada hoje em dia, e a necessidade em se afastar os cemitérios de centros urbanos (isso foi esquecido na idade media). E o que mais me impressionou foram as jóias: anéis, pulseiras e brincos datados de mais de 600 anos antes de Cristo trazem design e elementos super parecidos com vários “lançamentos” de marcas de destaque mundial.
Visitar esses lugares nos faz refletir sobre a necessidade do novo, ou simplesmente a readaptação do que já existe, nos fazendo enxergar que às vezes parece que, apesar de tanta tecnologia, não paramos de dar voltas!