PropagandoMúsica: Das quadras ao Moshpit
A Propagandomúsica já discutiu diferentes plataformas de divulgação que exploraram a relação entre música e publicidade. Hoje vamos para um patamar diferente, invejado por sua relevância tanto no mercado quanto no imaginário pop.
A Converse, com seus 104 anos de existência, permanece enraizada na cultura rocker como acessório indispensável à quem já se arriscou em segurar uma guitarra, um baixo ou uma bateria. Transita entre os gêneros com a fluidez de uma jam session, passeando pelo punk, grunge e o indie rock do século XXI. Como fazer frente a uma marca que já teve como “embaixadores” os Ramones, Kurt Cobain, Tom Morello e os Strokes?
Um dos responsáveis por esse legado foi Marquis Mills Converse, que já se estabelecia em uma carreira no ramo dos calçados esportivos e em fevereiro de 1908 fundou a Converse Rubber Shoe Company em Malden, Massachusetts. Mas foi em 1917 que a companhia deu os primeiros passos para como a conhecemos hoje, com o lançamento do Converse All-Star, o clássico modelo dedicado ao basquete. Em 1921, Charles H. “Chuck” Taylor, jogador profissional, entrou em contato com a empresa reclamando de dores nos pés. Chuck foi empregado e transformou-se em vendedor e embaixador da marca, e em 1923 lançou o modelo com sua assinatura, clássico absoluto que desde então recebera poucas alterações.
Através das décadas, a Converse desenvolveu sua reputação despontando como um grande ícone norte-americano. Customizou todo o aparato do Renaissance Big Five, o primeiro time de basquete estadunidense formado exclusivamente por negros. Durante a segunda guerra, manufaturou roupas e calçados para o exército; Até que na década de 50, no berço do Rock’nRoll e com o movimento rockabilly, encontrou seu lugar na música, de onde nunca mais saiu. Vestiu punks, new romantics, grunges. Até que uma crise fez a companhia declarar concordata em 2001. Em 2003, foi comprada por uma de suas maiores rivais, a Nike.
Mas o estrago já estava feito: Seu impacto na cultura continuou inabalado e não demorou à marca reclamar o topo. Julian Casablancas e toda a cena indie rock novaiorquina do começo dos anos 2000 fez com que uma nova geração revirasse lojas atrás dos velhos “Chuck’s”. Lançamentos temáticos com modelos customizados estrelando The Who, Jimmi Hendrix, Kurt Cobain, Debbie Harry, Gorillaz, invadem o mercado com um fuzz digno de uma marca jovem.
E depois de tantos anos recebendo publicidade espontânea da música, a Converse nos brinda com “Three artists, one song”, uma série de sessões que como o nome já explica, reúne 3 artistas peso-pesados na criação de uma canção exclusiva. Já passaram por ali New Order, Hot Chip, Andrew W.K., Gorillaz, Santigold, Andre 3000, Pharell Williams, Julian Casablancas, James Murphy; e a lista segue crescendo.
Fique agora com alguns desses encontros proporcionados pela marca, e tente segurar o pé batendo aí embaixo de sua mesa.