PropagandoMúsica: Who’s Bad?
Não são só os comerciais que se beneficiam da musica pop. O caminho inverso também funciona, e um dos maiores exemplos dessa história é o próprio rei do pop, Michael Jackson.
Foi em 1983, durante todo a euforia causada pelo lançamento de “Thriller”, que os agentes de Michael procuravam estabelecer contato com alguma grande marca e expor ainda mais sua figura. Em negociações com a Coca-Cola, a gigante limitou a oferta a um milhão de dólares, alegando que uma possível campanha atingiria apenas uma única etnia. Quem se aproveitou do erro escracho foi a Pespi, que juntamente com a BBDO, estava a procura de um protagonista para sua nova campanha, “New Generation”.
Aí nascia uma parceria que rendeu comerciais até a década de noventa, espalhando-se por diferentes fases do cantor e aproveitando-se de lançamentos como “Bad” e “Dangerous”. No primeiro filme, Jackson chegou a reescrever “Billie Jean” como um jingle para o refrigerante, em um comercial que atuava ao lado dos Jacksons e contava com participação de um ainda criança Alfonso Ribeiro, o Carlton Banks de “Um Maluco no Pedaço”.
Durante esse período, Michael sofreu um acidente no set de gravações de um dos filmes, em que um erro no disparo de fogos de artifício deixou seu cabelo em chamas, causando queimaduras de segundo e terceiro grau. O acordo com a Pepsi rendeu uma indenização de um milhão e meio de dólares, que foi inteiramente doada e aplicada na criação do Michael Jackson Burn Center for Children, no Brotman Memorial Hospital em Culver City, Califórnia.
Seu envolvimento com a publicidade não para por aí. Em 1987, a Nike utilizou em um de seus comerciais “Revolution”, dos Beatles. Michael arrecadou U$250.000 pelo licenciamento da música, já que na época era dono do catálogo da banda.
A atitude foi duramente criticada, já que trata-se de uma canção de protesto e que foi utilizada ainda sob a sombra do assassinato de John Lennon. A Nike planejava uma série de filmes que usariam outras musicas dos Beatles, mas todos os planos foram descartados após a má-reação de público e crítica. Mas entre erros e acertos, o talento de Jackson continua inabalado. Assista Dancing Machine, ainda com os Jackson 5.